
PATRIMÔNIO TÊXTIL
Se concordamos que preservar é proteger, pôr ao abrigo de algum mal, dano ou perigo futuro, é defender e resguardar, concordamos, também, que só o fazemos porque o fazemos para alguém, ou seja: nós, hoje, julgamos que isto ou aquilo deve permanecer, deve continuar existindo porque é importante e , assim, agimos no sentido de preservá-lo para alguém, hoje e amanhã.
Teresa Cristina Toledo de Paula

Quarto de dormir. Museu Municipal Parque da Baronesa. Fonte: MMPB, 2015.
“La historia de los textiles es prácticamente la historia de la civilización.” (MORAGA; GRÜZMACHER, 2002, p. 07). É com esta frase que se evidencia a discussão sobre a importância do têxtil como documento histórico e elemento representativo de certa sociedade.

Estudar tecidos depende, antes de tudo, da sobrevivência por séculos, daqueles materiais naturalmente propensos à deterioração e criados pra serem usados e descartados. Estudá-los significa estudar o excepcional e o especial, já que o comum, de uso cotidiano, raramente sobreviveu a seu usuário. (HARRIS, Jannifer, s/d apud PAULA, T., 2006a, p. 77).
Chapéu traje de Casamento.
Fonte: Acervo Museu Histórico Willy Barth, 2019.
Os questionamentos que evidenciam a roupa como objeto de pesquisa são parte de uma questão possível. “Está na hora de olhar a roupa como matriz, elemento fundador, e, não mais, como acessório; é o momento de prestar atenção nessa “frivolidade essencial”, expressão irônica e irresistível [...]”. (AZZI, 2010, p. 06). A concepção de moda como objeto de estudo histórico só começou a ser difundida no fim do século XIX. (AZZI, 2010). “Pensar sobre a roupa, sobre roupas, significa pensar sobre memória, mas também sobre poder e posse.” (STALLYBRASS, 2004, p. 16). Para o autor, a roupa está “poderosamente associada com a memória ou, para dizer de forma mais forte, a roupa é um tipo de memória.” (STALLYBRASS, 2004, p. 18). Christina Azzi (2010) busca construir a relação entre a moda e o museu, investigando o encontro entre estes “dois espaços produtores de sentido”, refletindo sobre esta relação às vezes conflitante. Para ela, “quando a moda adentra o espaço museal, ela se despe do efêmero e se eterniza”. (AZZI, 2010, p. 07).
Texto na íntegra, com referencias: ver aba
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=> Documento - Pesquisa - Museu da Baronesa.